PRÓXIMO CAPÍTULO DISPONÍVEL:
═══ • ◆ • ═══ A mentira se constrói lentamente, como um castelo de areia, mas a verdade chega como uma onda gigante, que ...
• Vinte e Quatro •
Olá leitores, Para mim a poesia e a música estão estreitamente ligadas, eu amo ouvir músicas e ouço a todo momento desde que eu era c...
Minhas Poesias Inspiradas por Músicas
Olá leitores,
Para mim a poesia e a música estão estreitamente ligadas, eu amo ouvir músicas e ouço a todo momento desde que eu era criança e explorar os significados das letras se tornou um hobby há muito tempo. Assim como a poesia também faz parte do meu dia a dia, desde a minha adolescência.
Entender isso se você acabou de chegar aqui pode ser confuso, mas meu Blog Pense Repense só surgiu para eu expor o meu mundo poético, e lá no comecinho eu falei muito sobre as letras e bandas que me traziam profundas reflexões. Mas e quando as próprias melodias são fonte de inspiração para poesias? Perfeito, duas paixões que se juntam em um propósito.
Nesse post vou falar mais profundamente sobre cada poesia e porque me inspiraram.
Minhas Poesias Que Foram Inspiradas Por Músicas
Recentemente fiz um reels para Instagram, e você pode me ajudar a engajar clicando abaixo e agora embarque comigo nessa jornada de descobertas de sentimentos!
═══ • ◆ • ═══ Que seja eu o motivo da sua felicidade. ═══ • ◆ • ═══ C lara pegou no armário da casa da piscina¹, sua antiga bolsa de...
• Vinte e Três •
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Que seja eu o motivo da sua felicidade.
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Clara pegou no armário da casa da piscina¹, sua antiga bolsa de praia, um guarda-sol e pegou o caminho para a praia, nos fundos do terreno, se sentia em casa, enfim. Paris era uma cidade muito fria, mesmo no verão, e não era uma crítica às pessoas, ela adorava seus vizinhos e conhecidas, era mais por sentir falta da sua família e da areia fofa e quente da praia, mesmo esses anos todos vivendo lá, ainda não se acostumou.
Saindo pelo portão estreito, Clara ajustou os óculos escuros em cima do nariz e se aventurou na imensidão dourada. A areia macia acolheu seus pés a cada passo, enquanto o som das ondas e o chamado insistente das gaivotas preenchiam o ar. Escolhido um ponto estratégico, estendeu a toalha e, com movimentos lentos, preparou seu refúgio.
— Primeiro o guarda-sol! — Sentia-se revigorada e animada, mas por um breve momento.
A cada golpe da estaca no solo, a areia cedia, revelando a força da natureza e a fragilidade humana. Com os dedos afundados na areia quente, sentia que o suporte não se aprofundava.
— Não é possível que eu tenha perdido o jeito! — exclamou para si, indignada com sua falta de destreza.
Como um filme passando diante dos seus olhos, lembrou das vezes que precisava conversar e tinha Amélia, sua fiel amiga. As meninas pegavam essa mesma bolsa, compravam alguns lanches e sucos na vendinha da esquina de casa e desabafavam suas dores e alegrias, enquanto curavam uma a dor da outra sentadas na areia da praia.
Mas o que poderia ter acontecido entre essas duas amigas que tinham tudo para ter uma amizade de anos a se separarem do dia para a noite?
Um homem. Diego, mais precisamente.
Clara sabia que era errado desde que Diego sentou ao seu lado na fogueira, no dia da festa de Rodrigo, ela pressentia que algo iria acontecer e que pessoas iam se machucar. Ela hesitou, mas foi mais forte do que ela.
Acontece que desde que ela e Diego se viram pela primeira vez na escola, eles se apaixonaram perdidamente, se esbarraram outras vezes e por fim, Diego criou coragem para chamar a garota para sair e imaginou que a discoteca Furacão 2000 seria uma boa ideia, o que ele não esperava era que o irmão a roubaria dele.
Vendo como ambos estavam se divertindo, ele não quis incomodar e achou ser o destino. Foi quando ele conheceu Amélia. Ele também não esperava que ela e Clara fossem melhores amigas. Que destino cruel, não é?
Um estalo trouxe Clara de volta de seus devaneios, um jovem rapaz que por ali corria quis ajudar. Era Dominic.
— Olá, senhora Clara — chamou o rapaz da beira da praia, onde a água salgada deixava sua marca na areia, levantou uma mão para chamar sua atenção.
— O-oi — gaguejou, levantando o rosto na direção ao chamado com um sorriso torto, ela havia sido pega desprevenida. — Oi, Dominic!
— Quer ajuda com o guarda-sol? — o jovem leu a expressão de Clara e pensou por um segundo que não era uma boa ideia, mas ela de repente sorriu e deu um passo para o lado lhe estendendo o suporte de metal, prontamente ele se aproximou.
— Rapidinho estará pronto — disse o rapaz forçando o ferro na areia fofa com mais precisão e força do que Clara. Sem tirar o olho do que estava fazendo ele perguntou — A Camille está em casa? Eu saí pra correr e não trouxe o celular.
— Está sim, ela vai ficar muito feliz de te encontrar. — Como um girassol ela girou seu corpo em direção ao astro no céu, um raio de sol refletiu no mar e junto com o clarão nos olhos, também lhe trouxe boas lembranças. — Você surfa?
— Ah, eu surfo sim. — Dominic amontoou um pouco de areia com o pé ao redor do suporte e pisou forte em cima, afim de o firmar bem no chão. — Meu pai e o tio do Liam surfam e eles nos ensinaram.
— Então precisamos marcar algum encontro para vocês surfarem juntos, nós temos tendas, podemos passar o dia por aqui.
— Legal! Vou chamar meu amigo e combinar com a Camille — respondeu fixando o guarda-sol ao ferro, agora firme na areia. — Prontinho — Clara agradece e Dominic se despede.
— Seguindo por aquele caminho — Clara apontou com o dedo na direção da trilha de areia entre a restinga — ele dará em um portão pequeno de ferro, está apenas encostado, pode entrar e vai encontrar ela na piscina.
— Eu vou lá então, obrigada Senhora Clara.
Com aceno distante deixando o rapaz seguir seu rumo, Clara esticou-se em sua toalha pegando um livro para lhe acompanhar nessa manhã enquanto sua pele recebia o calor do sol.
Nesse momento um jato de vento passou colocando à prova o trabalho do rapaz, que não se moveu um centímetro, apenas balançou a borda do tecido. Clara sorriu agradecida pela ajuda.
• ◆ •
Seguindo as instruções de Clara, Dominic encontrou o portão facilmente, vestiu a camisa e entrou chamando por Camille assim que avistou seu chapéu, ela debruçada na beira da piscina.
— Camii! — o rapaz fechou o portão atrás de si e deu passadas rápidas até se aproximar da garota.
— Dom, que surpresa incrível! — Camille sorriu ao ver o rapaz e fez um gesto para se distanciar da beirada e nadar até a escada. — Espera que eu vou me secar.
— Não precisa, ta calor aqui — disse firmemente segurando na gola da camisa e abanado reforçando sua intensão, em seguida se sentou relaxado em uma espreguiçadeira com os braços apoiados para trás, suavizando seu tom — foi fácil te achar, porque encontrei sua mãe na praia e ela me ensinou o caminho, agora eu já marquei o local, posso achar sozinho da próxima vez.
— Sério? Ah que ótimo, eu sabia que só te explicar aquela vez não faria você gravar, porque o acesso é bem escondido mesmo — ele concordou com a cabeça.
— Ah sim, eu vim aqui, porque ...— Camille que tentava prestar a atenção no que Dominic falava, mas só conseguia encarar os gomos da sua barriga. O suor de sua pele formava uma película que esculpia a camisa em seu corpo como os deuses de mármore que haviam nos museus de Paris.
— Você quer entrar? — Perguntou pausadamente sem pensar com os olhos vidrados. Dominic, totalmente absorto do que se passava na mente da amiga, não parava de falar enquanto Camille lutava para manter o foco.
— Mas eu não tenho roupa de banho aqui — explicou, olhando para si.
— Capaz, só toma uma ducha — jogou seu corpo para trás e bateu os pés nadando de costas — depois eu pego uma roupa do meu tio, vem! A água está uma delícia!
Em um gesto lento e sensual, ele se pôs de pé, deslizou a camisa pela cabeça, revelando um corpo levemente bronzeado e definido. O chinelo arremessado com precisão, caiu embaixo da espreguiçadeira. A água fria do chuveiro externo contrastava com o calor do dia, enquanto ele se refrescava tentado tirar os resquícios da areia da praia. Camille, agora deitada em seu flamingo rosa, o observava com um sorriso travesso, seus dedos brincando com a água.
— Lá vou eu! — gritou ele antes de correr em direção à piscina e pular próximo a garota hipnotizada, espirrando água para todo lado e fazendo ela cair da boia, perdendo seu chapéu para o impacto, afundando lentamente como um navio naufragado.
Camille mergulhou e submersa nadou até alcançar os pés do rapaz que o fez soltar uma gargalhada gostosa. Dona Maria ouviu o barulho de água agitada e foi conferir, mas não conseguiu mover seus pés para longe observando a cena engraçada.
A cada braçada, Dominic se aproximava da escada deslizando sobre a água como um golfinho, ele parecia tão a vontade, leve e ágil, que dona Maria quase o confundiu com um deles. Subiu as escadas com a água caindo a seus pés torrencialmente e parou rente a beirada para observar Camille, inclinando um pouco sua cabeça para o lado um sorriso apaixonado brotou em sua face e ele só conseguia pensar no quão linda ela estava hoje, mais que ontem e menos do que amanhã.
Enquanto isso, com a agilidade e graça de uma foca, Camille nadou até a borda contrária, abriu o registro e subiu no mini tobogã, observando fascinada a água descendo em um fio contínuo.
— Essas crianças — Dona Maria suspirou, balançando a cabeça com um sorriso nostálgico e um olhar melancólico. — Ah, a juventude... lembro quando eu tinha a idade deles.
Ao perceber que era observada pelo rapaz, Camille acenou antes dele cair na água e nadar em sua direção. Ela, por sua vez, desceu pelo tubo d'água parando antes de cair parando sentada com as pernas balançando, a ponta dos seus pés tocavam a superfície.
— Você está se divertindo longe de mim? — Provocou, aproximando-se ainda mais, o olhar fixo nos olhos dela. Com um sorriso malicioso, ele a encurralou no tobogã. A garota sentiu um arrepio percorrer sua espinha, presa entre ele e a água. Em um movimento rápido ela gritou se jogando em seus braços.
— SIMM!! — Dominic a agarrou pela cintura para que ela não afundasse, ela por sua vez, gargalhou alto passando seus braços ao redor do pescoço dele.
Em um piscar de olhos o momento divertido se tornou mais intenso e as risadas cessaram, seus pés batiam em sincronia sob a água criando um som único de relaxamento, audível apenas para eles. O sol do meio dia, alto no céu, revelava a o fervor do momento em seus rostos; o dela, corado e radiante, estava tão perto que ele podia sentir a maciez de sua pele e se perder no oceano dos seus olhos. O dele, o suor misturado à água da piscina criava um aroma único e irresistível, um perfume masculino que deixava Camille cada vez mais embriagada.
Dominic fechou os olhos e diminuiu a distância entre eles fazendo a ponta de seus narizes se roçarem e a cada respiração, seus hálitos se misturavam, aquecendo o ar entre eles. O coração batia forte em seu peito, e a cada toque, uma nova explosão de emoção os tomava. Era agora ou nunca.
Tocou seu lábio no dela acariciando em movimentos suaves, um leve contato que a eletrizou. A resposta dela foi imediata, seus lábios se abrindo para recebê-lo. A língua dele deslizou pela dela em um movimento lento e sensual, despertando um desejo que crescia a cada segundo. Com um movimento rápido, ele a encurralou contra a parede da piscina aprofundando o beijo, enquanto sua língua explorava cada canto da boca dela. A água os envolvia como um testemunho silencioso da paixão.
Um farfalhar violento fez Camille vacilar o beijo tocando o peitoral dele suavemente, por um breve momento ela se esqueceu que estava na casa dos avós e que eles estavam em casa. A garota colocou o indicador nos lábios dele para silenciá-lo enquanto olhavam ao redor.
Soltando o ar que nem sabia que estava prendendo, ela confirmou que ainda estavam sozinhos e que poderia ter sido algum passarinho ou bixo no mato. Dominic se impulsionou apoiando o pé na parede da piscina e nadou para o meio, dando espaço para Camille. Jogou um beijo no ar que foi devolvido com respingos de água e gargalhadas.
— Acho melhor a gente sair daqui, suas mãos já estão enrugadas — ela confirmou com "tá" olhando para suas mãos. Tentando controlar o que sentia por dentro, deslizou pela água morna até a escada, Camille o seguiu ao seu lado com um sorriso bobo no rosto.
— Espera aí, vou te dar uma mãozinha — ele chacoalhou a cabeça, afastando as gotas d’água dos fios, e com um movimento único, ajeitou o cabelo para trás.
Dominic subiu a escada submersa primeiro, água caia torrencialmente ao seu redor a medida que ele emergia e chegando à beirada estendeu a mão para que ela pudesse segurar e sair em segurança.
— Senta aqui na espreguiçadeira enquanto eu desligo o tobogã — pediu ela segurando em seus ombros enquanto o empurrava para frente — e vou pegar uma toalha pra gente também.
— E o seu chapéu? Jurava que você estava usando um quando eu cheguei — Dominic coçou a cabeça tentando imaginar onde ele estaria, Camille olhava por todos os lados, mas também não o via.
— A-há! — o rapaz exclamou e apontou com o dedo indicador — lá no fundo da piscina, deixa que eu pego, busca as toalhas para nós? — Ele rapidamente se jogou na água mergulhando para alcançar o chapéu, depois nadou até o togobã para desligar o registro, saindo da piscina no momento que Camille trouxe as toalhas, jogou uma para ele.
Nessa hora o portão de acesso à praia range, denunciando a entrada de Clara, um pouco desajeitada devido a sua mão estar ocupada com bolsa e tudo mais, ambos giraram na direção do barulho.
— Mãe, eu te ajudo! — Camille deu um passo à frente, mas Dominic interpôs, bloqueando o caminho da garota.
— Eu ajudo a senhora! — o rapaz também avançou um passo, mas, de repente, parou abruptamente.
— Nem se preocupem, vou deixar aqui mesmo, — deitou a bolsa com o guarda-sol ali mesmo fora do caminho e explicou com a voz pesada, cansada por trazer os itens — o Guto me mandou uma mensagem, disse que foi buscar a namorada e vai usar depois, e pediu pra deixar aqui. Se divertiram na piscina?
— Nos divertimos sim — Camille e Dominic se encararam, os olhos brilhando e um sorriso travesso nos lábios, gesto que fez o coração de Clara dar um salto.
Ela sabia que a filha já não era mais criança, e ela até gostava de Dominic, mas imaginar como as coisas estavam acontecendo a deixava preocupada. Pensamentos de mãe, mas impossível manter a memória do seu primeiro beijo com Diego dentro da caixinha em seu coração. Sorriu ao lembrar.
— Eu preciso ir agora, Cami, te vejo à noite?
— Hã, a noite? — A garota parecia confusa por um momento — Sim, mas nós marcamos algo? Eu não lembro! — suas mãos foram à boca no mesmo instante que seus olhos se arregalaram ligeiramente.
— Claro, você me deixou fazendo um monólogo agora a pouco, você não lembra de nada do que eu falei? — ela fez que não com a cabeça, e ele riu alto — tudo bem, eu te mandei o convite antes de sair de casa, depois você olha o seu celular.
— Não quer ficar para o almoço? — Clara convidou fazendo o rapaz parar com a mão no portão para olhar para trás.
— Hum, — ele pensou um pouco olhando para um ponto fixo e em seguida mirou em Clara com um sorriso sincero antes de responder — eu tenho planos com meu pai, mas em uma próxima, sim. Até à noite!
— Tudo bem então, até mais Dominic — Clara se despede girando os calcanhares, deixando a filha para trás.
Ele jogou outro beijo no ar para Camille enquanto Clara estava de costas e saiu pelo caminho que viera deixando para trás uma garota sonhadora e apaixonada.
Depois de tirar o biquíni molhado e tomar um banho, Camille checou finalmente as mensagens de Dominic. Gemeu ao se sentar no sofá da varanda, o verão mal tinha começado e ela já estava queimada do sol.
— O Dom me mandou um convite VIP para ir ao bar do pai dele, pelas fotos parece bacana, Pier Havana Lounge Bar, gostei da vibe, olha mãe — aproximou o aparelho de sua mãe.
— Deixa eu ver — Clara tomou o celular nas mãos e foleou o convite de cima a baixo — é onde vou me encontrar com meus amigos hoje, se importa de irmos juntas, filha?
— Claro que não, mãe!
— Vamos almoçar e se arrumar pra essa noite, vamos ficar bem lindas!
A ansiedade tomava conta de Clara. Fazia mais de um ano que não via seus amigos e a expectativa para o reencontro era imensa. Para a ocasião especial, contrataram uma profissional de beleza e passaram a tarde em um verdadeiro ritual: unhas impecáveis, cabelos modelados e maquiagens que realçavam a beleza de cada uma. A dona Maria, com seu bom gosto inegável, as ajudou a escolher os looks perfeitos para a noite.
A tarde se transformou em uma verdadeira celebração da amizade, com direito a risadas, confissões e muita animação enquanto o perfume das flores e o som do secador de cabelo preenchiam o ar, criando uma atmosfera festiva.
— Mãe, você está deslumbrante! — exclamou Camille, admirando o resultado da transformação.
1. Uma casa anexo à piscina com academia, jogos, cinema, um loft para visitas e também era guardado algumas coisas referente à praia e piscina, como pranchas, guarda-sol, etc.
PRÓXIMO CAPÍTULO DISPONÍVEL:
• VINTE E QUATRO •
Olá leitores, Fiquei pensando no que poderia falar no primeiro post para o blog e contar sobre a minha história parecia a melhor o...
Como nasce uma escritora?
Olá leitores,
Fiquei pensando no que poderia falar no primeiro post para o blog e contar sobre a minha história parecia a melhor opção, então vamos lá!
Certificados de Participações e Concursos
Aquarelas Literárias do Brasil
Mês Nacional da Escrita de Romances
"O National Novel Writing Month (ou NaNoWriMo, para abreviar) é uma maratona anual de escrita que ocorre em novembro de cada ano. Durante o evento, escritores de todo o mundo tentam escrever 50.000 palavras de ficção entre os dias 1 e 30 de novembro. Isso pode formar o primeiro rascunho de um manuscrito ou processar o trabalho em direção a um rascunho."
5º Festival de Artes Literárias e Literatura
Concursos Wattpad
Concurso Tatanjuba 02/2018
Esse foi o primeiro concurso ganhei com essa história, e fiquei muito feliz, pois também foi o primeiro concurso que eu ganhei no Wattpad! Só havia uma qualificação para cada categoria que são os gêneros literários existentes na plataforma, e venci no categoria Romance.
Concurso MoonBook 10/2018
Esse foi o segundo concurso que participei e ganhei em segundo lugar na categoria Romance.
Concurso Rosas Douradas 10/2018
Esse foi um concurso que participei com minha história Coração de Oceano, ganhando em segundo lugar na categoria Aventura.
Concurso Órion 10/2018
Participei também com a história Coração de Oceano e venci em segundo lugar na categoria Ação e Aventura.
6º Festival de Artes Literárias e Literatura
Em 2019, tornei a participar do FLAL tanto nas entrevistas quanto no concurso de textos anônimos, e para a minha surpresa minhas duas poesias foram premiadas. A coletânea você pode conferir aqui: Leia Livros Editora Online
═══ • ◆ • ═══ Você é uma luzinha na escuridão. Sua intuição é forte e não falha, mas sua oração tem poder. Seu nome é vó. ═══ • ...
• Vinte e Dois •
═══ • ◆ • ═══
Você é uma luzinha na escuridão.
Sua intuição é forte e não falha, mas sua oração tem poder.
Seu nome é vó.
═══ • ◆ • ═══
Ao desembarcarem do carro, Clara e os jovens amigos seguiram o protocolo, pegaram suas malas e aguardaram na sala vip enquanto faziam o check in pelo aplicativo de celular.
Meia hora antes do voo com destino à Ilha da Magia, Clara, sua filha Camille e seus amigos Dominic e Liam, foram autorizados a embarcar e agora caminhavam pelo longo corredor até chegar na entrada especial, próximo à cabine do piloto.
Com um sorriso sincero e olhar nos olhos dos passageiros, o comissário os cumprimentou, e verificando o cartão de embarque, prosseguiu com o atendimento.
— Boa noite, senhoras e senhores. Bem-vindos a bordo do nosso voo da Air France com destino ao Brasil. Eu sou o Comissário Chefe Bruno e em nome de toda a tripulação, tenho o prazer de recebê-los na La Premier. Vou acompanhar até a cabine de vocês.
— Boa noite — responderam em uníssono e seguiram o jovem rapaz.
— Para este voo noturno, planejamos tudo para lhes oferecer o máximo de conforto. Vocês poderão desfrutar de nossas roupas de cama de alta qualidade, um menu à la carte, alta gastronomia, uma ampla escolha de entretenimento e atendimento personalizado, nossa equipe estará à sua disposição para atender a todas as suas solicitações. Nosso horário previsto de chegada ao Aeroporto de Guarulhos é às oito da manhã.
— Muito obrigada pela sua recepção, Comissário Bruno, com certeza fez a diferença em nosso voo esta noite — ele fez um cumprimento curto com a cabeça, em resposta à Clara pelo comentário — Você pode trazer o menu? Eu não jantei ainda — soltou um suspiro leve.
— Com certeza, Senhora Clara, não é? — Comissário Bruno tentou lembrar o nome no cartão de embarque, Clara fez um sinal positivo e ele sorriu de volta. — Vou trazer também a carta de vinhos, são todos maiores de idade, certo?
— Claro, são todos sim — respondeu Clara, que era a mais velha ali.
— Podem aguardar em seus lugares que logo decolaremos e trarei assim que for liberado.
A La Premiere era um santuário de madeira nobre, veludo e outros tecidos suede, onde cada detalhe era um convite ao relaxamento. A suave iluminação indireta, a maciez das almofadas e o aroma sutil de flores frescas criavam uma atmosfera de puro deleite. Um oásis no céu, a primeira classe era um convite ao luxo, com poltronas que se transformavam em verdadeiras camas, serviço personalizado e uma vista deslumbrante.
Clara deslizou suavemente para a última suíte à esquerda, apreciando a privacidade e o conforto do assento junto à janela. Camille escolheu o assento imediatamente atrás, enquanto Dominic ocupou a primeira suíte à direita e Liam, a suíte seguinte.
— Estão muito cansados? — podiam notar que Clara tinha no rosto e na voz uma expressão abatida, mas não queria deixar o clima desconfortável — Eu estou um pouco, mas podem conversar a vontade, afinal, vocês estão de férias.
— Um pouco, senhora Clara. — Liam respondeu primeiro. — Vamos cuidar para não incomodar a senhora.
— Vocês não incomodam — Clara sorriu para si e recostou a cabeça ao se aconchegar.
— Dom, Liam — Camille chamou a atenção se apoiando no encosto da poltrona para conversar com os meninos do outro lado do corredor —, o que vocês acharam da apresentação da Margaux? Eu achei tão incrível, ela parecia uma deusa atrás do púlpito e com o microfone nas mãos — mesmo de longe ambos os meninos podiam ver o brilho nos olhos de Camille enquanto falava orgulhosamente da amiga, e eles balançaram a cabeça positivamente enquanto ela falava.
— Eu também achei, ela parecia mais confiante nas apresentações da faculdade nesse semestre — Dominic se remexeu em sua poltrona tentando diminuir a distância entre eles enquanto falava.
— Não sei o que aconteceu com ela, mas eu preciso também — a alegria contagiante da conversa foi interrompida pela voz monótona do alto-falante. Com um misto de entusiasmo e apreensão, os passageiros acompanharam as instruções na tela e se prepararam para a decolagem, enquanto todos ajustavam os cintos. Com um rugido potente, o avião decolou, deixando Paris e seus encantos para trás.
Camille já havia voado diversas vezes, mas ainda sentia um frio anormal na barriga durante as decolagens, e assim que atingiram altitude de cruzeiro e puderam desafivelar os cintos, a garota correu até o banheiro para se aliviar.
— Dominic? — chamou o amigo ao olhar para a poltrona atrás de si.
— Sim — respondeu prontamente seguindo o olhar até ele.
— Eu vou ali e não volto, não me pergunte — Liam não pensou duas vezes até atravessar o corredor e sentar no lugar de Camille, deixando seu amigo com uma expressão confusa, porém não questionou, como ele pediu.
Clara fingia indiferença, mas a curiosidade a consumia. Havia horas em que Camille falava sobre seus amigos, pintando um quadro tão vívido que Clara quase se sentia parte do grupo. Mesmo assim, a jovem era um livro fechado, guardando seus sentimentos mais profundos para si. Como mãe, Clara tinha um radar infalível. Observava cada gesto, cada palavra, cada nuance na voz de Camille. A intuição materna, afinal, é um dom.
Todos os quatro amigos se davam muito bem, mas o que estava explícito para Liam e Margaux, e não para Camille e Dominic, era o quanto eles se gostavam. O quarteto estava sempre junto, tanto na faculdade, quanto fora, inclusive nos fins de semana, e só sendo muito tapado para não perceber que o tom de voz que Camille usava para chamar carinhosamente "Dom", e o olhar único e apaixonado que ele lançava para a garota, estava explícito o que eles sentiam um pelo outro.
Quando Camille voltou e vendo seu lugar ocupado, resmungou fazendo uma careta de questionamento para Liam, que cruzou os braços e apontou com o nariz para ela se sentar ao lado de Dominic e não reclamar, se virando em seguida para olhar a vista enegrida além da janela, mas era só um ato para ignorar a amiga, porque nada ele via naquela hora da noite e ainda mais acima das nuvens.
Rapidamente a garota entendeu o recado e deu um sorriso tímido para si mesma, pegou seu celular que havia sido colocado propositalmente no encosto da poltrona e seguiu para o outro lado. Liam estava sentado na frente de Dominic por conveniência, devido só ter eles ali, mas Camille se sentou ao lado do rapaz e logo engataram uma conversa, meu palpite era que eles estavam rezando para isso acontecer. Liam sorriu satisfeito olhando o casal, e logo voltou a sua atenção a uma série na tela embutida à sua frente aconchegando os fones em seus ouvidos.
Não demorou mais que dez minutos até o vinho escolhido ser servido e logo em seguida, o jantar. Clara cuidou para a troca de poltronas não deixar a filha desconfortável, ela sabia que uma hora isso iria acontecer e a vida precisava seguir o fluxo. Crescer, quem sabe casar e seguir em frente.
— Estão ansiosos para rever seus familiares? — Clara perguntou enquanto dava sua primeira garfada, ela havia pedido filé de dourado, batatas fondant e mexilhões.
— Estou sim, meus pais são demais e eu sinto muito a falta deles. — Dominic foi verdadeiro, Clara podia sentir a ternura em sua voz, e isso fez derreter o coração de Camille ao ouvir.
— E, desculpe perguntar, mas eles trabalham no que? — Fazia muito tempo que Clara não usava aquela expressão desafiadora e olhar afiado, já sua filha ligou o modo alerta para intervir caso a mãe passasse dos limites.
— Meu pai é dono de um bar e minha mãe o ajuda a administrar — Clara não sabia se a tranquilidade do rapaz era devido a pouca idade, ou ele se sentia assim realmente, ouviu ele atentamente. — Caso precise de um local adequado para tomar um drink e sair com as amigas enquanto estiver em casa, eu convido a senhora para conhecer, fica na ilha mesmo e eu posso buscar vocês — por essa Clara não esperava, e pela apresentação que o rapaz fez em seguida sobre o local, não conseguiu segurar sua face entusiasmada e olhos atentos.
— Gostei — respondeu devagar e pensativa com o olhar fixo imaginando como seria o lugar, enfim tornou a olhar para o rapaz — podemos marcar antes das festas de fim de ano.
— Melhor ainda — fez a proposta com um tom animado e brilho nos olhos — o bar ficará aberto para o reveillon, então vocês podem passar lá, tem uma vista linda para as balsas com os fogos.
Ainda pensativa concordou com a cabeça balançando devagar. Com um estalar de dedos ela esticou as costas e levantou o olhar.
— Gostei da ideia! Vou ver com nossa família o que eles planejaram e a Camille combina com vocês. — então ela se virou para Liam, para não deixar o rapaz desconfortável — e os seus pais?
— Ah, meu pai é militar e minha mãe é enfermeira, ela sempre o acompanhava para onde ele viajava quando trocava de base, então eu ficava mais na casa do Dom — sua expressão melancólica tocou no coração de Clara, em seguida sua expressão se suavizou — mas faz uns dois anos que eles se divorciaram e agora ela ajuda as tias do Dom na clínica, e agora vejo mais ela durante as férias.
— É uma profissão muito difícil, tenho certeza de que eles sentem muito a sua falta, mas aprecio sua coragem de ficar com seu amigo do que se mudar constantemente — a expressão do rapaz ruborizou de leve, acrescentando um sorriso aliviado.
Terminaram a refeição silenciosamente, cada um absorvendo a conversa que tiveram. Camille ficou satisfeita com o rumo da conversa, então só começou a tagarelar sobre o que ela iria fazer nas férias.
Clara se tornou a coadjuvante da conversa e só ouviu o que os amigos conversavam, enquanto bebericava seu vinho. O que ela não sabia era a conexão desses garotos com o seu passado. Camille os ajudava com o inglês e o francês e vez ou outra em que falavam português ela reconheceu aquele sotaque familiar que ela julgava inofensivo e por isso, ela não se surpreendeu quando eles fizeram a conexão para o mesmo aeroporto. Clara, que escondia um profundo segredo, não fazia ideia de que a vida desses garotos se cruzariam com a dela de forma tão inesperada.
• ◆ •
Depois de onze horas atravessando o atlântico, e mais de uma hora de São Paulo até a ilha de Santa Catarina, era impossível chegar ao Aeroporto Internacional de Florianópolis sem se levantar e esticar os braços para se despreguiçar, mesmo não sendo uma cama convencional e ainda mais dentro de um avião que tem balanços e outras movimentações que atrapalham um sono contínuo.
Clara conseguiu descansar um pouco, assim como Liam, que dormiu em um sono profundo o máximo que pode. Já Camille, não havia dormido muito assim como Dominic, a noite passou em um piscar de olhos para o jovem casal e quanto perceberam já eram três da manhã. O resultado não podia ser outro: olhos sensíveis a luz, sonolência e Dominic com um braço dormente por passar o tempo todo de mãos dadas com Camille para que ela ficasse confortável, agora seu braço esquerdo estava completamente dormente, assim como seu coração.
Era quase meio dia e o sol de dezembro estava a pino, beirando trinta graus, e os planos para o dia estavam cronometrados, colocaram seus óculos escuros e aguardaram o comissário abrir a porta para saírem do avião.
— Dominic e Liam, — Clara chamou a atenção dos meninos enquanto procurava pela mala na esteira de bagagens — Camille me falou que vocês moram em Jurerê Internacional também, meu irmão vem buscar a gente e posso deixar vocês no caminho.
— Se não for atrapalhar vocês, — pensou um pouco antes de responder — hum, podemos sim, não é Dom?
— Nós vamos passar no bar do meu pai para ver eles, e depois vamos pra casa. — Dominic pegou sua mala e logo alcançou a de Camille — Acho que da para irmos no mesmo carro, sim.
— Ah combinado então, nós vamos no banheiro nos trocar e encontramos vocês, é rapidinho — Camille puxou a alça da sua mala e esperou pela mãe para a acompanhar até o banheiro, continuar com aquelas roupas pesadas era sinônimo de deboche por parte do tio pelo verão inteiro.
• ◆ •
Uma hora depois...
Clara digitou a senha da porta frontal da casa de veraneio da família, e se surpreendeu ao ver seus pais sentados no sofá da ampla sala e ficaram de pé, com muito custo, assim que a porta se abriu revelando a chegada de sua família. Fazia mais de seis meses que não os via, mas notou que eles estavam mais velhos do que da última vez.
— Pai, mãe — Clara chamou em um sussurro tentando conter as lágrimas, assim como uma represa prestes a romper. Como plumas ao vento, seus pés seguiram até seus pais, não foi fácil segurar a emoção e a saudade rolou pela face de Clara. Camille juntou-se a eles deixando sapatos e mala no hall de entrada para um abraço em família que aconchega qualquer coração, cheio de carícias e beijinhos estalados. Nisso, Augusto não se conteve em apenas observar a cena e abraçou em uma última camada.
Fazia quase um ano que avós e neta não se viam e essa ausência era tempo demais, Dona Maria sentia o peso dos anos em seu corpo e sabia que cada dia era um a menos em sua vida e por isso queria passar o máximo de tempo com a família reunida. Ela já havia suplicado à suas filhas que voltassem a morar todos juntos depois que a filha enviuvou, e elas prometeram assim que Camille terminasse a faculdade, mas quatro anos pareciam se arrastar mais que o esperado.
— Venha minha filha, — chamou seu pai com a voz rouca da idade — quero te mostrar umas flores novas que plantei no jardim, deixa elas conversarem.
Augusto aproveitou a deixa e acompanhou o pai sem desgrudar da irmã até o jardim também. Ele era pequeno quando a irmã saiu do país para estudar fora, mas mesmo assim sentia falta dela e ficava tão grudento quanto cera de abelha quando ela vinha visitar durante as férias de inverno.
— Vó — Camille chamou amansando a voz com uma ponta de súplica dolorida ao reparar que sua avó estava coberta por fios de linha de diversas cores, denunciando o que estava fazendo antes de ser interrompida
— Oi minha netinha linda! — respondeu docemente a senhora derretida pela neta, já especulando a bronca que viria a seguir.
— Nessa idade ainda costurando, seus pulsos não doem? — Acrescentou em um tom de reprovação.
— Meus joelhos doem mais — a avó ergueu os ombros e seus lábios franzindo em um biquinho, como se dissesse: "Ah, as dores da idade... mas o que posso fazer?". Agora com as mãos na cintura ela desafiou a jovem menina — e como pode minha linda neta, que nasceu e cresceu no país da moda vestir roupas que sua velha vó fez em um quartinho nos fundos do quintal?
Camille olhou para baixo, para sua própria roupa e teve que concordar, seu guarda roupa tinha das mais variadas marcas de luxo e todas caríssimas, mas sempre preferia usar as roupas básicas e para esse passeio ela escolheu uma bermuda de linho bege e uma camisa branca de malha, ambos feitos pela dona Maria.
— Como eu poderia usar marcas de luxo tendo uma avó costureira que faz roupas tão incríveis e cem por cento exclusivas? — respondeu com uma carinha fofa piscando os olhinhos que a fez ser abraçada em seguida, sua avó nunca sentiu tanto orgulho de si mesma e de sua descendente.
— Trouxe o que eu te pedi? — perguntou mudando de assunto depois de passada a melancolia.
A pergunta da senhora idosa fez a expressão da moça mudar e seu rosto transformou abrindo um largo sorriso maroto, em seguida correu buscar sua mala indo em um pé e voltando no outro.
— Como eu poderia esquecer? — disse Camille com um sorriso satisfeito levantando um vestido em frente ao seu corpo para que sua avó pudesse ver como um manequim.
— Ele é mais lindo do que eu imaginei! Vamos fazer uns ajustes e estará perfeito para o natal!
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