Novela ASCENDENTE

Olá, leitores queridos!  Sou Aline Duarte, a autora apaixonada por trás de 'Ascendente', uma obra que está em constante evoluç...

Olá, Rabiscadores! Preparem-se para voltar no tempo e mergulhar em um universo mágico que vocês já conhecem! Este conto, "As Relíquias...

Conto: As Relíquias - Parte 1

Olá, Rabiscadores!

Preparem-se para voltar no tempo e mergulhar em um universo mágico que vocês já conhecem!

Este conto, "As Relíquias", é um spin-off do meu livro, "Coração de Oceano". Aqui, você descobrirá a história de Fin Stonegard — o caçador de relíquias que, no livro, desempenha um papel crucial para os Lux.

Os acontecimentos que você está prestes a ler antecedem os eventos de "Coração de Oceano". É o momento em que Fin é puxado para o mundo mágico e descobre seu verdadeiro legado.

Não se preocupe: as histórias são distintas, e você não precisa ter lido o livro para entender e amar o conto. Mas se prepare, pois esta jornada épica de magia ancestral, linhagens secretas e grandes ameaças é o que molda o herói que Fin se tornará!

A aventura de Fin Stonegard começa agora!


AS RELÍQUIAS - PARTE 1




A Grande Magia que uniu os elementos e deu origem aos seres mágicos há séculos, o povo Lux, se dividiu em doze famílias reais. Cada família, guardiã de um elemento — Água, Terra, Ar e Fogo —, se instalou em lugares remotos e extremos do mundo. Eles viviam de forma discreta, preservando sua magia e sua história longe dos humanos.

Apesar de milênios de paz, um grande conflito se ergueu: as trevas, que sempre assombraram o povo Lux, estavam de volta. Um feitiço antigo foi usado para enfraquecer os Lux, e a única forma de protegê-los era aprisionando a própria fonte da magia em doze pedras preciosas, uma para cada família. A Caixa de Pandora, um baú de madeira encantado, se tornou o cofre para essas pedras, e o povo Lux se espalhou pelo mundo.

A linhagem da família Kinney se tornou responsável por guardar a Caixa, e a doze famílias se dividiram entre humanos para protegê-los das trevas. A família Stonegard, de Fin, ficou encarregada de guardar os Lux.

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Fin Stonegard, o neto de um renomado caçador de relíquias, morava em uma pequena cidade no interior, onde os poucos carros se moviam de forma quase sonolenta, deixando as janelas das casas, feitas de madeira e com varandas, iluminadas pelas luzes das ruas. Seu avô, um dos poucos humanos que sabia da existência dos Lux, ensinou o neto a reconhecer os seres mágicos e a proteger a magia.

Enquanto revisava seu catálogo de relíquias, Fin pensou em seu avô. Ele usava um livro antigo de capa de couro cinza, uma herança que continha os segredos e as localizações das pedras. Para ele, tudo era apenas uma história, mas a beleza do livro o fazia folheá-lo com reverência.

Ele acordou cedo, ainda sonolento. Depois de um café revigorante, saiu para a caçada de seu grande tesouro. Chegou em frente a uma mansão linda, de traços modernos, com um jardim enorme. A beleza da casa destoava da cidade pacata. Antes que ele pudesse tocar a campainha, um homem fardado veio recebê-lo. Apresentou-se, e foi direcionado a um gramado lateral, onde a dona da casa, a senhorita Conrado, o esperava.

— Bom dia, senhorita Conrado — respondeu ele, tentando soar profissional, mas sua voz falhou um pouco. A beleza dela era impressionante.

— Junte-se a mim para a primeira refeição, se preferir. Falaremos dos artefatos depois.

— Já tomei meu café — respondeu ele, sorrindo —, mas quem resistiria a este convite?

Ela era linda. Cabelos negros como a noite, pele branca como a neve, olhos verdes como esmeralda. Ele, que sempre tinha as palavras na ponta da língua, se pegou sem nenhuma quando a olhou nos olhos. Para sua surpresa, ela se interessou genuinamente pelo que ele falava, algo raro entre herdeiros. Assinaram os documentos e, ao final, ele pegou as medalhas e broches antigos que haviam pertencido ao pai dela, o Coronel Conrado.

— Ele foi como um pai para mim no exército — comentou, surpreso e emocionado. — Eu o conhecia.

A expressão de Sophia mudou, e ela se inclinou para frente.

— Stonegard... você é o Sargento Stonegard? Meu pai falou muito de você e estive te procurando desde a morte dele.

— Sim, eu sou. Faz uns anos que saí do exército para morar com meu avô e herdar o antiquário.

— Ele deixou algo para você. Vou buscar.

Ela voltou com um pequeno baú. Dentro, havia dezenas de broches novos e um com o nome dele: "Coronel Conrado". Agradeceu pelo presente, mas ela não o deixou ir embora. Ele a mostrou a casa, as coleções de armaduras e armas do pai, e o obrigou a ficar para o almoço. Confessou que, por um instante, se sentiu com medo, já que ela era filha de um veterano de guerra e se mostrava tão misteriosa.

— Obrigada pelo grandioso presente, senhorita Conrado. Eu nunca a reconheceria, você era muito pequena na época.

— É, eu tinha quatorze anos! Você mudou muito também — ela disse, com um sorriso, em tom de leve inconformismo. — A propósito, pode me chamar de Sophia.

— E eu já tinha vinte... Desculpe, não prestei muita atenção. Mas não vou mais me esquecer disso, Sophia.

Riram juntos. Sophia realmente se sentiu confortável na companhia dele, tanto que passaram horas juntos. Ela lhe mostrou cada canto daquele pequeno castelo como, por exemplo, as coleções particulares do Coronel, entre armaduras, espadas e escudos da antiguidade, até armas de fogo atuais.

Chegou a hora do almoço e ele ainda estava lá, e antes que pudesse abrir a boca para se despedir, ela o puxou pelo braço pelos corredores, dizendo que ele não tinha escolha. Confessou que ficou com medo, ele falava que ela era misteriosa, ainda mais sendo filha de um veterano de guerra. Chegaram a uma enorme porta dupla, a sala de jantar. Então foi a primeira vez que almoçou com uma garota desde… Muito tempo. Terminaram de almoçar, ele a agradeceu, pegou suas relíquias e se dirigiu à porta principal para pegar seu carro. Ela estava radiante e da porta acenou para ele; de onde ele estava, ela ainda era linda.

Depois do almoço, ele pegou suas relíquias e se dirigiu ao cartório para autenticar os papéis. Voltou para casa perto das seis da tarde, exausto. Tomou um banho e foi preparar algo para comer, já era quase dez da noite quando ouviu um barulho no quintal. Para sua surpresa, era Sophia. Ela vestia roupas rasgadas, e estava visivelmente abalada.

— Sophia? Você está bem? O que aconteceu? — ele perguntou, o coração acelerado.

Ela o olhou, e ele viu o desespero em seus olhos esmeralda.

— Desculpe aparecer assim, Stonegard, eu sei que mal nos conhecemos, mas preciso ficar aqui esta noite.

O cheiro de problema e aventura sempre o atraía, e agora estava misturado à urgência dela.

— Por mim não há problema algum. Mas por que não pode me dizer o que está acontecendo?

Ela balançou a cabeça, o corpo tremendo levemente.

— Não posso te dizer agora.

— E por que não? — ele insistiu, sentindo a adrenalina subir.

— Quando chegar a hora, você saberá — disse ela, com uma voz firme, mas esgotada, encerrando o assunto.

Ele arrumou roupas limpas e uma cama para ela, e sentaram no sofá juntos. Ela segurou suas mãos e adormeceu em minutos. Ele foi para o seu quarto e, perto das três da manhã, acordou com um vento gelado. Sophia estava na sacada, com um binóculo nas mãos.

— Você está bem? — ele perguntou.

— Sim. Mas daqui tenho uma visão melhor daquela mansão. Incomoda-se?

— De jeito algum. Só não esperava... — ele percebeu que estava nu. — Desculpe-me, estou acostumado a ficar sozinho e nem me lembrei...

— Você trancou a porta — disse ela, arqueando uma sobrancelha. — Eu precisava de uma visão melhor. Se vista e venha ver, estarei de costas.
Ele tentou se vestir rápido, mas ela se virou e riu.

— Fica tranquilo. Não vou te matar por isso.

Ele pegou o binóculo e apontou para a mansão. Viu uma sombra de traços humanos fazer um sinal com as mãos. Sophia gemeu de dor, uma lágrima escorrendo de seus olhos.

— O que foi isso? — ele perguntou, assustado.

— Agora posso te contar.

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Um grande abraço e obrigada pela leitura!


Com carinho,

Escritora Aline Duarte



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